terça-feira, 28 de agosto de 2012

 Folclore brasileiro
Mula sem cabeça


Quando ouvir um relincho alto e um gemido,
um barulho de cascos de ferro a galopar,
saiba que sou eu, a Mula sem cabeça .
Sou uma moça que em mula se transforma,
na noite de quinta-feira, ainda mais se é Lua cheia.

Fiquei assim por ser a mulher do padre.
E antes de virar mula dizem que eu não era feia.
Solto fogo e de longe se ouvem os meus relinchos  estridentes.
Os meus cascos são de ferro ou de prata.
Galopo a noite toda e eles são bem resistentes.

Para me desencantar precisa ser corajoso.
Tem de me espetar até meu sangue pingar.
Um outro jeito é tirar o meu cabresto.
Se isso acontecer, viro mulher e começo a chorar.
Enquanto ninguém desfaz o meu feitiço,
continuo sem cabeça pela noite a assustar.

                                                 imagem :  mortesubita.org
                                                 Folclore em Contos e Cantos

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